Ah, minha Amazônia, Teus rios-veias, igarapés secaram. Tuas matas estão tristes, Tuas restingas a soluçar. Teu povo hoje em lamúrias Não tem água, não tem fartura, Não tem onde pescar. Não se vê mais o José Com a canoa a serpentear, E o Antônio que saía cedo Para o bamburrar. Que os néscios e inconsequentes Tenham piedade da nossa Verde Mater, Que hoje chora, hoje reclama, sente sede, Está em chamas. Ó São Pedro, mandai as chuvas Para fazer seu povo sorrir. Mandai as chuvas... Quero pescar um tambaqui maceta, Mas quero também pacu e jaraqui. Quero assistir a chuva no rio a cair, Com minha cabôca na rede, Só fazendo corumim.

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