este é mais um poema entre o passado e o futuro entre o mangue e a mata este é mais um poema com uma dose de Daime com as bençãos de Oxóssi em uma tarde fria este é mais um poema um assobio de Pena Azul outro de Jupira atravessando o espaço ressoando no tempo enquanto a frota prateada se desloca com o verbo costurando futuro presente passado este é mais um poema da lavra afrofuturista que se desenha pelas mãos ancestrais pelas ferramentas e aparelhos de Ogum sob a luz de Oxalá este é mais um poema que busca ervas na mata que busca cura nas águas que busca amanhã ontem hoje o quilombo a gira os malungos este é mais um poema pardo negro mestiço negro um poema negro do homem que se busca da cidade cinza a Iapum Guaçu do aço a areia do carvão ao sal do homem que se busca do caminho que se abre do portal entre o tempo e a poesia sigo assim uma sina maldição ou dádiva decolonizar aquilombar escrever amar amor maior por gente preta

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